domingo, 26 de dezembro de 2010

Resenha com leitores

12 comentários

Olá galera! Eu sou o Bbk como todos já sabem hehe... e sou eu quem tive a idéia de escrever o blog e tudo mais. Queria um momento para discutir com todos vocês sobre o que acham do blog, da história e tudo mais. E é por isso que estou escrevendo isso. Vou tentar ser o mais breve possível.


Nada disso que vocês leêm no blog, é programado, eu não tinha pretenção alguma de terminar a saga na semana do fim do ano de 2010, mas achei legal acontecer assim. E a história, eu só sei os fatos mais importantes, os textos saem todos de uma vez em longas madrugadas na internet. Eu queria então, pedir á todos vocês, um pequeno favor e dizer algumas coisas.


Primeiramente, eu gostaria de dizer que eu me sinto MUITO feliz quando escrevo a história, eu ando na rua ouvindo musica e criando tudo na minha cabeça, para quando chega a noite, botar tudo em pratica, mas é dificil pensar em cada detalhe e não me enrolar, o que acontece muitas vezes. Portanto, perdoem os erros de português e os detalhes que provavelmente passam em branco. Também estou dando um jeito de arrumar o layout e outras coisas do blog, pois acho tudo simples demais, se souberem quem possa ajudar. Mas estou tentando.


Segundamente, eu queria pedira á todos, que COMENTEM esse post, para eu ter uma real idéia de quantas pessoas acompanham o blog. Não que isso me deixe mais importante, mas é porque a analise do Blogspot.com não é confiavel e tudo mais, então, seria de grande utilidade, eu saber PARA QUEM estou escrevendo a história, assim, não corro o risco de a decepcionar ninguém. Mesmo sabendo que vai acontecer, posso amenizar a situação.


Terceiramente, entrarei em recesso até janeiro, eu sei triste isso, mas em Janeiro, ja começo á postar a nova saga. Percebo que algumas pessoas ja tem duvidas, e muitas questionam as coisas, então resolvi fazer o seguinte: Dia 21 de Janeiro, estaremos mais ou menos no segundo EP da saga Irreverssivel, e provavelmente eu não vou escrever nessa semana, pois estarei acampado na CAMPUS PARTY em SP. Então tive a ideia de fazer uma twittcam enquanto estiver lá, assim, poderei responder as perguntas de todos, o que acham da idéia? Curtiram? Respondo tudo na lata lá, e podemos discutir sobre a história e tudo mais. Mas se tiverem perguntas para serem respondidas, mandem para o e-mail 7jollyrogers@gmail.com e eu respondo no dia. Fica marcado então para SEXTA-FEIRA, 21 de JANEIRO de 2011, a twittcam beleza? Provavelmente no periodo da noite, ás 20:30 em diante.


E por ultimo, quero fazer uma mini "promoção", para podermos ajudar á divulgar o blog. O meu principal objetivo, é mandar um email para o pessoal do blog JOVEM NERD, porque muitas coisas que escrevo, sofro influencias de dicas e coisas deles, ou seja, se eu conseguisse 1% do publico deles, seria ideal, eu teria exatamente as pessaos que eu gostaria para dar palpites e ajudar. Então, quem puder ajudar mandando email para eles, por favor, fico feliz. E para divulgar o blog, bolei algumas coisas.

Vocês podem divulgar pelo orkut, clicando naquelas promoções, é só clicar AQUI.

E depois em PROMOVA.

Se preferirem, também pode ajudar divulgando pelo twitter, só colocar a rashtag #7jollyrogers e citar um trecho da história que mais tenha gostado. Para quem não sabe, o meu twitter é o @7Bbk.

E por ultimo, a idéia que tive para trazer mais leitores.

VOCÊ PODE SER TORNAR UM PERSONAGEM DA 7 JOLLY ROGERS !!!

Essa é legal hein? kkkk. Funciona assim, vocês indicam o blog para um amigo, ele lê, se ele gostar, ele pode Twittar por quem foi indicado, por exemplo, se a Kau indica o blog pra alguém, e esse alguém gosta, essa pessoa pode twittar assim:

" Adorei a história do blog que estou lendo #7jollyrogers , quem indicou foi a @kau "

Eu busco depois por pesquisas, se vcs não tiverem twiiter, sem problemas, é só mandar o Email do blog, e a pessoa dizer quem foi que indicou. Não esqueçam

7jollyrogers@gmail.com

A história ainda tem alguns personagens sem nomes completos, e ainda terão muitos personagens novos. Quem indicar mais leitores, eu dou um jeito de colocar o nome da pessoa, e o sobrenome, e ainda deixo a pessoa que ganhou escolher a situação, e se for em SP, até o lugar. Como ela preferir.

Bom galera!! Foi a unica idéia que tive para divulgar o blog, se alguém puder contribuir com mais coisas, o email esta ai, e eu leio sempre os comentários do pessoal. Fico feliz de saber que tem gente que gosta de ler, assim como eu gosto de escrever.

MUITO OBRIGADO Á TODOS VOCÊS, QUE VOCÊS TENHAM UM MARAVILHOSO ANO NOVO, E QUE 2011 SEJA CHEIO DE AVENTURAS E DE NOVAS DESCOBERTAS. ESPERO QUE TODOS VOCÊS VENÇAM OS DESAFIOS DA VIDA REAL.

ABRAÇOS!!!.

@7Bbk

Prólogo - Saga Irreversível

2 comentários

Queria comemorar esse teto novo. A minha primeira visão quando acordo, essa infiltração deixa as paredes geladas e esse quarto mais frio ainda.

Não posso reclamar, os dias que passei na prisão foram bem piores, acredito eu. O medo que eu tinha de acordar e olhar para o lado são bem menores depois desses ano. Eu me tornei uma pessoa fria, assim como esse quarto. Tudo bem, vou comer algo.

Essa cozinha é bem maior do que a da outra casa. Minha Mãe parece mais cansada, mais velha. Mesmo que só tenha passado 4 anos, o que ela passou em 1 deve ter envelhecido ela em mais alguns, assistir ao vivo um filho matar o outro. Eu mesmo não suportaria. Mas ela me entende, ficou do meu lado o tempo todo, e ainda consegue abrir esse lindo sorriso quando me vê com os olhos fechados, como quem acabou de acordar.

Pareço um adolescente sem vida ainda, mal acordei, e já liguei o computador. Mas mal consigo fazer alguma coisa, apesar dos anos, ainda recebo milhares e milhares de e-mails todos os dias. Tenho milhares de amigos no Facebook, e é quase impossível visitar um shopping ou qualquer local publico. Uns acham que sou um herói, que fiz o que tinha que fazer, e que ainda serei util. Outros, acham que sou assassino, frio e calculista. Mas o que eu acho? Na verdade nem sei.

Abro sites de noticias, pararam um pouco de falar do tal navio parado no porto de Santos desde o dia em que Brian reapareceu, e sumiu novamente. Ele seria a chave, seria as respostas. Mas ele tem o dom de desaparecer sem deixar rastros. Talvez os gêmeos pudessem ajudar, mas como eu falaria com eles? Eu queria chamar eles para o Kazebre hoje, vai tocar o CPM22, sempre gostamos dessa banda. Eu não sei em qual centro de recuperação Juan esta. Desde que Brian e Luan sumiram, e ele optou por ficar, se afundou mais e mais nas drogas.

Odeio esse sofá, ele é bem mais duro, parece que a qualidade das coisas pioram com o tempo. E esse controle remoto? Vive sem pilhas. Tudo bem, eu me levanto para ligar a TV eu mesmo.

Outra vez esses caras? Renegados? Um bando de nerds que querem aparecer. Os jornais sempre falam deles. Dizem que é um grupo de adolescentes que lutam por um mundo melhor, criados depois da morte de Dan, para que as ameaças fossem combatidas. Dizem que treinam muito e arduamente, eles tem medo. O medo que eu tenho e o medo que todos tem, medo do que possa sair do navio de Santos. Por isso eles não param de me procurar, nunca me deixam em paz, como se eu fosse um líder para eles. Líder de que? De um grupo de adolescentes que segundo eles, estão se preparando para a "batalha final", essa galera assiste filmes demais. Mas não posso deixar de pensar, no que Brian disse. Que o criador da espada achou o Brasil, Dan não era o inimigo e que precisamos estar prontos. Ok, ok, ok. Eu assumo, ando treinando, ando treinando bastante, já sei lutar bem mais, e desde meu contato com a espada, minha força é maior, meu pensamento é mais ágil e me supero cada dia mais. Mas fiz isso para me superar. Ou superar ela.

Ligo para Kau? Hum, melhor não. Ela vai me achar um perdedor e achar que ainda quero ficar com Sill. E é a verdade, mas não quero que ela pense isso. Me disseram que com o tempo, se eu for frio, o que tem que acontecer, vai acontecer.

É o caralho! Acordo todos os dias querendo que aconteça todos os dias, que seja tudo, ou que seja nada. Queria resolver isso, mas não com ela, queria resolver comigo. Será que estou perdendo o controle? E se eu tivesse sido cortado com a espada? Ficaria como Dan? Acho que preciso de uma viagem, de férias. Essa faculdade me deixou completamente maluco. Pensando bem, estou seguindo os passos de Dan. Melhor eu sair para refletir.

Sair. Quando foi que tive essa idéia mesmo? Devia ter me mudado para um lugar mais longe de onde morava antes. Ou até mesmo de cidade. Esses parques, esses ônibus, metrôs, ruas e avenidas, estão todas amaldiçoadas pelo que sinto. São Paulo não é mais a mesma, mesmo depois de anos, vejo ela em cada casal se beijando, vejo ela em cada mestiça, em cada calça jeans. Mesmo depois de anos, até quando vou repetir isso? Não mudei nada, essa barba que não cresce, essas camisetas de bandas, de filmes e essas calças com a barra rasgada de tanto ficarem na sola do meu AllStar enquanto ando.

Será que se eu comprar algo, eu fico melhor? E se eu aumentar o som do I-Pod? Se eu encher a cara talvez? Já fiz tudo isso. Não deu certo antes, não vai dar certo agora. E se eu fizer os três ao mesmo tempo?

Esqueci o quanto era chato andar no shopping, ficam todos me olhando, algumas garotas param para tirar foto, e muitas pessoas para me dar os parabéns, e alguns para me ofender gratuitamente. Acho que gastei demais, ainda bem que meu cartão de crédito foi aceito.

- Me dê um chopp por favor.

Não sou de beber, qualquer coisa me derruba, estou num shopping, então ficarei na minha. Eu já vim nesse bar dentro do shopping, para ver alguns jogos de futebol de meu time. Essa TV deles é gigante.

Hey! Espera, quem é esse cara sendo preso? Porra, onde eu abaixo o som desse I-Pod? Foda-se, arranco o fone então.

- Aumenta o volume, por favor cara?

Ele sabe quem eu sou, sabe que o que esta passando na TV é de interesse de todos, não só de mim.

A TV esta mostrando a espada agora, e esse cara sendo preso, saiu do navio, o navio parado esses quatro anos em Santos. Então é isso mesmo, mais do que confirmado, o navio fantasma, como chamam ele, veio atrás da espada. O cara é um informante que saiu do navio. Mas porque descobriram só agora? Ficam soldados dia e noite em volta do navio, esse tempo todo. Porque não invadem?

O exército tem a espada em seu poder, que entrem e cortem todos ao meio. Ou será que é justamente isso que o navio quer? Que levem a espada até eles? Quer saber? Pouco me importa. Não quero mais saber de nada.Que morram todos.

Como assim? O exército me procura? O que esse jornal esta dizendo? Eu não quero saber de nada, de mais nada.

Essas pessoas me olhando torto. Esse copo de chopp. Essa musica chiando nos fones de ouvido, essa lágrima? Essa lembrança. Para mim, tudo isso, de agora em diante, é IRREVERSÍVEL.

Útimo capitulo - Adeus ao clube

1 comentários

Foi um sonho?

Claro que não, se fosse, seria um pesadelo. É difícil abrir os olhos, eu não dormi, foi apenas um cochilo. As únicas pessoas que conheço do lado de fora das grades, são minha mãe e Sill. Passaram a noite com a gente aqui.

Agora são meio-dia, e estou morrendo de fome:

- Hey! Sill, cadê a minha mãe?

Ela estava dormindo, coitada:

- Foi comprar algo para vocês.

Os policiais que nos trouxeram, cansaram de nos elogiar, nos explicaram infinitas vezes que não queria fazer aquilo, mas eram obrigados. Antes que eu pudesse pensar em tudo, minha mãe voltou. Trazendo alguns X-Saladas em sacos que tinham tanta gordura, que não precisei abrir pra ver que eram lanches:

- Trouxe de café da manhã.

Apesar dos olhos marejados, ela fazia graça, pois sabia que meio-dia era hora de almoço.

Eu cansei de pedir perdão á ela, mas ouvi a mesma coisa centenas de vezes, ela me dizia que não matei Dan, meu irmão simplesmente nunca havia voltado, e que era assim que ela encarava as coisas. Se era melhor pra ela eu nunca vou saber dizer, mas me deixava mais confortado.

- Eu acho que as coisas vão voltar á se complicar.

- O que aconteceu mãe?

- Aqui na frente da delegacia, esta começando á juntar um grupo de jovens, e parecem que estão organizando algum tipo de protesto.

- E vão ajudar em quê? Só sairemos daqui perante fiança, e ninguém tem como pagar a quantia de todos nós.

E então, mesmo que eu soubesse o quão bem de vida os Cargnielli´s eram, eu sabia que o pai deles jamais faria isso sem antes lutar em um tribunal, bem a cara dele. Mas paguei a língua logo algumas horas depois. O tenente que nos acompanhou desde o começo, entrou no corredor, e como em uma cena de filme, disse a frase histórica:

- Vocês estão todos livres.

Minha euforia foi ao nível máximo, e ao nível mínimo em seguida:

- Exceto você, Christofer Bianor Gaia.

- Porque somente meu filho?

- A fiança foi paga por Brian Cargnielli, ele deixou claro que o único que deveria ficar, era, infelizmente, o filho da senhora. Portanto, ele vai á júri popular. O que significa que não vai ficar mais do que alguns dias eu receio.

As lágrimas tomaram conta de minha mãe, e de mim claro. Como pode ser tão desgraçado?

- Não se preocupe filho, logo você sairá daí.

E não me preocupei mesmo, já estava com raiva o suficiente para quebrar aquelas grades e sair eu mesmo.

Cada minuto ali dentro, era desafiador. Minha Mãe ficou os 2 dias comigo. Sil ligou, e apareceu uma vez, estava retornando a sua vida normal, mas parecia estar enfrentando problemas por ser minha namorada. Kau ligava o tempo todo para saber das coisas.

Como dito, eu fui á júri, e fui libertado, sobre protesto de uns, mas comemoração de outros.

A minha mente sangrava pensando no que fazer quando sair dali. A confusão formada por Brian deixou a sensação de que tudo não passava de uma armadilha para ele mesmo se dar bem, e a minha conclusão, foi a de que ele mesmo teria armado tudo, para poder voltar , se dar bem e sumir novamente.

Mas a minha cabeça estava perturbada demais para pensar em qualquer coisa.

Chegou a hora, minha mãe estava ao meu lado como sempre. Eu imaginei a euforia, mas não tanta. Foram 2 dias, mas me pareceu uma eternidade, e ainda não acabou.

Imaginei sair e ver uma população imensa ao lado de fora, mas tudo o que vi, foi uma pequena muvuca, e muitos repórteres, com suas câmeras apontadas para mim, e com seus microfones em minha boca. Não vou falar com ninguém, não tenho vontade. Muitas pessoas gritaram, a maioria me aplaudiu. Entrei no carro correndo, me sentei, minha mãe em seguida. Estou mais calmo agora.

O carro parou em um restaurante, estava vazio. Minha mãe entrou primeiro, e eu fui logo sentando na mesa. Em seguida, entraram Luan e Juan:

- Eae Chris, sua cabeça deve estar á milhão.

- Nem me fale cara, eu ainda não entendi o que esta acontecendo.

- Assim que você chegar na sua casa e ligar a TV e entrar na internet, vai surtar.

Eles falavam rindo, acho que tudo estava voltando ao normal.

- Cara! No momento, eu só quero tomar um banho no meu banheiro, o meu chuveiro, e deitar na minha cama.

- Vai fazer isso depois que sair de lá.

- De lá de onde?

- Sua mãe não lhe contou?

Minha mãe me olhou com uma cara de poucos amigos.

- Não! Não disse nada.

- Pois bem...

Nesse instante minha mãe interrompeu os dois:

- Ainda falta uma coisa.

- Que coisa?

- O corpo de Danilo estava sobre o poder do estado para um estudo minucioso sobre os efeitos da espada no corpo. Portanto, hoje é o dia de enterrar seu irmão Chris.

Aquilo sim foi uma surpresa:

- E porque me esconderia isso?

- Você já tem coisas demais para pensar, não queria encher mais a sua cabeça.

- Mãe, estamos juntos nessa. E pra ser sincero, nada mais me abala.

Comemos, e saímos. Ao sair, me deparei com Sil e Kau chegando:

- Oi amor.

- Meu Deus, como eu sinto a sua falta.

Após abraça - lá, eu me senti a pessoa mais feliz do mundo novamente, mas percebi que ela não parecia sentir o mesmo, mas preferi não questionar.

- E você Kau? Como está?

- Melhor por ver você livre.

- Eu também me sinto bem, obrigado por não me abandonar.

E fomos interrompidos novamente:

- Vamos acabar logo com essa dor que impera em nossos corações né?

Minha mãe estava mesmo ansiosa.

Nunca vi tanta gente, e um grupo estranho vestido de branco. Uma cerimônia católica quando o caixão começou á descer, o momento mais triste de todos os velórios que fui na vida. Não que tenho ido em muitos, mas quando a começam á descarregar as cordas, e você perde a visão do caixão, e como se começassem á jogar areia em suas esperanças. Porque é quando você se toca, é quando a ficha cai, é quando o jogo termina, porque até o último segundo do segunda parte da prorrogação, você acredita que tudo talvez mude, e o som da areia batendo na tampa do caixão é o apito final do juiz. E então, nem eu, nem minha mãe e nem mesmo Kau que tinha todos os motivos do mundo para odiar Dan, chorou. Era o Adeus ao meu querido irmão mais velho. Eu não queria ver mais, e nem minha mãe pelo visto, viramos de costas e começamos á caminhar para onde foi o velório, pois ainda havia o último ato.

Rogério Santos Diaz.

Esse por sua vez, foi mais tranquilo, mas não vimos sequer um parente de Roger, então indagamos Kau:

- Desculpa perguntar, ainda mais em uma hora tão triste, mas onde está a família deste rapaz?

- Eu não sei, mas pretendo descobrir.

Minha mãe então ficou perplexa após ouvir a resposta.

Era uma ladeira enorme até chegar o lugar onde Roger seria enterrado. Mas não faltou ajudantes, o lugar estava repleto de curiosos e canais de TV. E o grupo vestido de branco que não sai do nosso lado desde que fomos presos:

- Quem é essa gente Luan?

- Cara! Não sei te explicar. Eles são um tipo de jovens rebeldes que queriam lutar pela sua liberdade.

- Já estou livre cacete.

- Ah! Sei lá cara, eles dizem que se organizam por um país melhor e esse blá bla blá de gente que não tem o que fazer.

- Que malucos. Bem, mas me diz, e seu pai?

Nosso grupo então se deparou com um tom de despedida. Luan e Juan olharam um para o outro, pareciam não ter o que dizer.

Alguns minutos depois, esse som novamente. A areia tapando o buraco, e Kau chora como quando o viu ser atravessado pela espada na mão de Danilo:

- Não sei o que dói mais, matar meu próprio irmão, ou ver Kau assim.

- Chris, vou indo para o carro, seu tio me espera, volte logo, estamos lhe esperando.

- Tudo bem mãe.

Muitos momentos tristes pra uma pessoa só, deixa ela ir na frente e descansar.

- Eu estou indo viajar Chris?

- Preciso lhe dizer, meus pais não aprovam essa situação.

- Eu falo com eles Sill, não se preocupe.

- Você não esta entendendo, não sabe como eles são, não querem me ver perto de voc~e, eu vim aqui escondida.

- E vem me contar justo agora?

- Disse que nada mais te abalava.

- Me enganei então.

- Me perdoe, mas não podemos ficar mais juntos, tenho passagens compradas para viajar com meus pais e por minha cabeça no lugar.

- Imagine como eu me sinto então.

- Eles não estão preocupados com você, estão preocupados comigo. Ando sendo prejudicada na faculdade, e isso não é bom pra mim.

- Se te prejudico tanto Sill, esta tudo bem então.

Eu não queria que as coisas fossem assim, mas depois eu pensaria nisso com mais calma, deixa ela viajar, sei lá. Kau me abraçou fortemente, e ainda chorando:

- Vou encontrar a família dele.

- E como pretende fazer isso?

- Eu não sei, mas pretendo.

- Alguém aqui tem mais uma declaração á fazer?

Porque eu fui perguntar?

- Estou indo embora Chris?

- Do que esta falando Luan?

- Vou atrás do meu pai.

- E sabe pra onde ele foi?

- Talvez pra Índia, e mesmo se não foi, vou atrás de respostas.

- E você Juan? Vai também?

- Meu irmão e eu já conversamos sobre tudo isso, e, bem..

- O que?

- Eu fico.

- Achei que ficaria sozinho.

- Por enquanto estou por aqui.

O celular de Sill tocou, e ela rapidamente atendeu, e rapidamente respondeu:

- Eu já sei, e estou saindo daqui agora.

Assim que ela desligou, o silêncio tomou conta daquele grupo de amigos. Que depois de tantas conversas, e dessa aventura maluca, iria ter que se separar, sem ao menos saber o que estaria por vir:

- Verei você novamente?

- Em breve meu caro, em breve.

- Boa sorte Luan. Juan?

- Bem, vou ver o que aconteceu com a espada, agora que esta em poder do governo de São Paulo, e não sei o que fazer depois.

Kau então começou á falar um pouco mais:

- Eu só queria que vocês soubesse, que apesar de tudo, ainda me sinto forte o suficiente para enfrentar qualquer coisa por vocês meus amigos.

Silvana abraçou ela fortemente:

- Estamos aqui para o que der e vier Kau, não se preocupe.

Então resolvi perguntar:

- É um adeus?

E Luan respondeu:

- É um "até a próxima".

- Sil?

- Desculpe Chris, eu ...

- Eu entendo, só quero que saiba, que se você precisar de algo, alguém que te ama muito esta prestes á te ajudar.

- Obrigado por tudo.

- Obrigado você.

E finalmente Juan:

- Galera! Muito emocionante, to chorando mesmo, foda-se, mas vamos acabar logo com isso.

- Concordo!

Na verdade, queria que nenhum deles saísse de minha vida. Mas aprendi que amadurecer, é exatamente isso. Preciso descobrir que tudo o que amo, esta livre para ser amado, e perante todas as circunstâncias, pode ser morto, as vezes até mesmo eu preciso matar o que amo. Pode ser algo que guardo na gaveta, ou algo que guardo no coração. Eu me senti o garoto mais velho e bem vivido do mundo, agora que os denominados amigos do meu irmão mais velho, estavam trocando sentimentos com o pirralho aqui. Naquele instante, eu fui tudo o que eu queria ser, alguém importante na vida de alguém, e se falhei, bem, não foi culpa minha. A vida me botou contra a parede, o que eu poderia fazer? Todos pensam diferente, uns encaram heróis como salvadores, outros encaram como alguém que trás mais problemas. Mas como eu poderia mudar isso? Bem, eu não poderia. Cabe á mim somente provar ao contrario, cabe á mim mostrar para o mundo, que não sou o que pensam ou o que dizem, e assim, trazer até o meu lado, quem me quer bem, para poder passar por coisas piores que ainda estariam por vir, e todos nós sabíamos. Kauelli, Silvana, Danilo, Brian, Juan e Luan fizeram parte do começo emocionante que seria a minha vida, tudo vai mudar á partir daqui, pois não sou mais um garoto, eu sou Christofer Bianor Gaia. O cara que enfiou uma espada no peito do próprio irmão para salvar tudo o que ama, na frente do mundo inteiro. E quando Kau resolveu falar:

- Adeus amigos.

Eu resolvi ressaltar:

- Adeus não, até breve.

E seguimos, assim como a vida me ensinou nessa fase, cada um a sua direção.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Penúltimo Capitulo - Bem vindo ao clube: Maldito seja

4 comentários

Silêncio.

 

O rosto espantado, e aos berros de Brian Cargnielli, logo á minha frente. Com os braços por baixo dos braços desse maldito que carrega meu sangue em suas veias. Enquanto eu virava a espada ao contrário, pois ainda estava segurando ela pela lâmina, pude ver os rostos espantados ao meu redor, como se finalmente a história de angústia daquela tarde em São Paulo tivesse acabado, mas estava em minhas mãos. O único rosto que me sugeriu outro sentimento, foi o de Kau, esse por sua vez transparecia uma ansiedade sem limites, seria para ela talvez, a morte de tudo o que ela já viveu, seu amor talvez, ou seu maior ódio.

Quando segurei a espada pelo cabo, tratei de trazê-la até meu peito, e com as duas mãos, para pegar mais força corri na direção de meu "irmão". No terceiro passo, um certo terror tomou conta de mim, Danilo, com o cotovelo, acertou Brian, que resistiu e continuou o segurando fortemente, o que me fez mais nervoso, mais louco eu diria. Aquele sentimento do qual eu não tinha controle, saiu de meu peito, tomou conta dos meus pulsos, e eu pude sentir toda a força da qual eu não tinha, invadir a espada, e essa por sua vez, sabia a direção exata.

Na segunda cotovelada de Dan, Brian não aguentou, e soltou levemente os braços do inimigo. Mas mesmo assim, nem os braços dele, nem meus braços impediriam ou me fariam ter piedade. Esse sim, foi de longe o que eu teria sentido naquela hora. Claramente, eu senti minha força na espada cortando as palmas de suas mãos, arranhando seus pulsos, cortando o pano de sua velha camiseta, perfurando sua pele e quebrando em cacos o seu tórax, atingindo em cheio o seu coração, e varando o outro lado. Ele não reagiu como devia, não gritou, sequer esboçou reação alguma, era isso que ele queria? Mas mesmo assim, eu ouvi um grito de dor. Brian ainda estava dando tudo de si para tentar segura-lo, e acabou sendo atingido.

Larguei então o cabo da espada, e ele pode me olhar nos olhos. Não caiu, o desgraçado não caiu, somente deu uns passos para trás, murmurou alguma coisa, e se apoiou no marco zero, uma estrutura de bronze que fica exatamente no meio da praça. Foi então que meu ódio foi diminuindo, e diminuindo, e minha consciência foi se redobrando aos poucos; Quando ouvi o som dos joelhos de Dan batendo no chão, meu cérebro me acordou. "Hey! Você acaba de matar seu irmão".

E chorei, chorei com a alma. Derramei o meu sangue naquela praça. Destruí um valor que eu tinha depositado em uma pessoa. Acabei com sonhos. Despedacei sentimentos. Terminei com uma vida. Matei meu herói de infância. Tirei a vida de meu próprio irmão.

O tomei em meus braços antes que caísse:

- Repete irmão, o que você disse? Repete...

Não obtive resposta alguma, ele nem tentou falar nada. Mas seus olhos me disseram adeus, fixados em mim, não piscaram. Se arregalaram e me disseram adeus, e eu gritei com toda a minha força aos prantos:

- Mas que droga cara! Porque tem que ser assim? Mas que droga, que droga. Que droga!

- Você sequer relutou.

Não era Dan, essa voz vinha de trás de mim, era Brian, apoiado também de joelhos no marco zero:

- Não pensou duas vezes, sabe o que significa? Que você sabia o que estava fazendo, sabia que era o certo.

- Cala a boca! Você não sabe o que esta dizendo.

Mas era a verdade. A escolha foi minha, e eu aproveitei a oportunidade da forma mais inteligente. Mas ainda assim, como foi que cheguei ali? Como foi que entrei naquela cena deplorável? Olhei calmamente para o céu, voltei para os olhos de meu irmão, e acreditem, ele sorriu, seu ultimo suspiro foi um sorriso. E então o adeus, se tornou outro sentimento, parecia mais um "obrigado", ou até mesmo um "até logo", seria qualquer coisa, menos um adeus. E calmamente seus olhos fecharam, e sem que eu pudesse ouvir a sua voz pela ultima vez, a sua cabeça perdeu a força, e tombou para trás de meu braço, e eu fiz a única coisa que eu poderia fazer naquele momento inconsolável, chorei.

Brian desviou sua atenção, e olhou fixamente o marco zero, ele estava ao lado da placa de bronze, que apontava para o Rio de Janeiro, e eu estava ao lado da placa que apontava para Santos, mas eu não queria prestar a atenção, e ele não respeitou o que eu sentia:

- Seu irmão não é o maior problema Christofer, por favor me ouça.

- Cala a boca velho.

Olhei com todo o meu ódio para ele, e ele insistiu, e percebi que ele estava sangrando demais. Ele olhou para suas próprias mãos cheia de sangue:

- Que ironia, você esta sentado de frente para a direção onde o seu futuro vai começar.

E uma voz apareceu:

- E o senhor esta sentado na direção do seu fim no futuro Sr. Cargnielli.

Eu não posso acreditar, de novo esses dois?

- Quem são vocês?

- Não importa Sr. O Senhor nos acompanhará agora.

- Eu não vou á lugar algum, eu preciso de um médico.

- Exatamente, levaremos o Sr. para cuidados médicos urgente.

Então interferi na conversa dos três:

- E meu irmão?

- As autoridades locais irão cuidar de todo o resto agora entre vocês.

Eu não sei qual desses dois eu odeio mais, o militar de uniforme azul, ou o militar de uniforme vermelho.

Senti uma mão tocar meu ombro, e foi logo me ajudando á levantar:

- Vem cara! Acabou.

Quando Luan me ajudou á levantar, todos os curioso ao redor começaram á gritar loucamente, a euforia mais uma vez tomou conta de mim e eu não sabia como reagir, eu estava feliz por tudo ter acabado, mas triste por ser desse jeito. Olhei para trás, ainda chorando, e vi meu irmão deitado, e de repente, apareceram médicos e o cercaram, acho que já estavam prontos para isso, parei e comecei á observar. Voltei para ver de perto, e ainda tive a frieza de perguntar:

- Ele vai ficar bem?

Mas quem respeitaria meu sentimento naquele momento?

- Seu irmão faleceu jovem.

E chorei mais, e mais.

 

O policial que estava cuidando de tudo, estava á alguns metros me encarando fortemente, falando ao rádio, eu percebi, mas comecei á andar, abraçado com os gêmeos. Fui andando até a Kaueli, e abracei ela com toda a minha força. Fazia tempo que não sentia um abraço tão gostoso quanto aquele. E então, para minha surpresa, Silvana também apareceu, correndo em minha direção, abri os braços, mas ganhei mesmo foi um beijo, para delírio dos curiosos, que gritaram e aplaudiram. E então a tristeza se desfez um pouco dentro de mim. Me senti um tanto quanto renovado. Mas minha nova felicidade duraria somente alguns minutos.

Os gêmeos, com a cara completamente amarrada, olhavam para o pai deles que recebia alguns cuidados médicos na ambulância ali perto, ao lado da ambulância que se aprontava para partir com o corpo de meu irmão. Eu queria ir junto, mas senti que devia ficar:

- O que foi?

- Você percebeu o que acabou de fazer?

- Eu matei meu irmão.

- Além disso Chris.

E então me toquei:

- Pelo amor de deus me perdoem, eu feri gravemente o pai de vocês.

- Você não tem do que se desculpar, achamos que isso iria acontecer.

- Como assim?

Os dois se olharam, e tentaram se entender:

- Nosso pai estava intacto, sem nenhuma ferida aparente.

- É verdade.

- Quem estava morto aquele dia na nossa casa?

- Seja lá quem for, parecia seu pai.

- Era nosso pai Chris.

- Mas como ele ganhou aquela ferida na cabeça?

- A da cabeça eu não sei, mas adivinha quem acaba de dar á ele uma ferida na costela, exatamente no mesmo lugar de quando o achamos?

Eu não tinha pensado nisso, mas é claro que eu não tinha pensado nisso. Eu não tinha pensado em nada, absolutamente nada. E quando fui indagar:

- Senhor Christofer, infelizmente, perante a lei e aos olhos da justiça, o senhor esta preso.

- O que? Como assim?

- Eu sinto muito.

- Meu irmão era o assassino.

- Se tivesse sobrevivido, o preso seria ele.

E Kau, Sil e os gêmeos se revoltaram, mas nada puderam fazer, pois os demais policiais seguraram eles todos:

- Isso é uma injustiça.

- Torno á repetir, eu sinto muito, mas a lei se aplica á todos.

Eu simplesmente não podia acreditar no que estava acontecendo.

A população se revoltou, todos queriam agredir os policiais e uma forte confusão começou na praça da Sé. Eu estava sendo arrastado para a viatura, e só deu tempo de gritar:

- Sil, por favor, avise a minha mãe.

E ela aos berros me respondeu:

- Fica tranquilo Chris, a gente te tira de lá hoje mesmo.

- Obrigado por tudo.

E eu ouvi tudo o que eu precisava ouvir:

- Eu te amo Christofer.

E botei pra fora tudo o que eu precisava botar:

- Eu te amo Silvana.

 

Me controlei, e entrei na viatura. Mas os berros da população eram demais, todos gritavam e faziam uma algazarra maldita, me senti a pessoa mais querida da terra no momento. Redobrei a consciência e comecei á observar tudo. Enquanto a viatura partia, pude ver a ambulância onde Dan estava fechando suas portas e partindo. Por cima de meu reflexo, vi a população enfurecida do lado de fora. Luan, Juan e Kau completamente desolados e caminhando calmamente na direção de outras viaturas, também seriam levados, somente Sil ficou.

Mas a cena mais perturbadora, eu só vi no quando a viatura se afastou um pouco. Brian não estava mais na ambulância, estava entrando em uma limusine preta, juntamente com os militares azul e vermelho, e carregando a espada. Maldito seja.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Episódio 21 - Bem vindo ao clube: Sem piedade

3 comentários

- Mas o que vocês estão fazendo?

Como assim o que estávamos fazendo? O cara simplesmente ressuscita e pergunta o que estamos fazendo?

- Não percam seu tempo com esse desgraçado, ele não é o inimigo.

Todos nós queríamos falar. Mas quem conseguiria dirigir uma palavra á um zumbi? Não era possível que aquilo estava acontecendo. E ele começou á andar em nossa direção resmungando:

- Parem de me olhar como se tivessem visto um fantasma. Vamos, eu preciso de vocês.

- Então você não é um fantasma?

- Do que esta falando filho?

- Seu miserável, você some por meses, aparece do nada, morto, e agora aparece de novo? Mas que porra é essa velho?

- Como assim apareci morto?

Se na minha cabeça não fazia sentido, na dos gêmeos então, eu diria que sinto pena deles agora. Brian pegou Juan pelo braço fortemente, o coitado sequer reagiu:

- Vamos! Luan, venha você também.

Nesse exato momento, Dan se levantou, correu rapidamente até Brian e lhe deu uma forte joelhada nas costas, que fez com que ele largasse o braço de Juan e caísse alguns metros á frente, soltando também a espada. Então, rapidamente começou á levantar e direcionou seu olhar aos irmãos, que ainda estavam perplexos:

- O que esta acontecendo?

Luan respondeu:

- Nós queríamos fazer essa pergunta, mas acho que o Sr. já percebeu que não temos tempo para explicações.

- Danilo! O que você esta fazendo?

Dan parecia não se importar com mais nada:

- Você não me dá mais ordens seu velho, seu dinheiro não me compra mais.

- Você vai morrer Danilo, eu vim pra te avisar, Tess já encontrou o Brasil á essa altura do campeonato, você não tem tempo pra perder brigando com seu irmãos e seus amigos em frente um monte de câmeras.

- Aquele monstro não vai ser problemas para mim. Ainda não percebeu o tamanho da minha força?

E á cada palavra dos dois, eu ia me confundindo mais e mais. Foi então que Kau, ainda inconsolável em lágrimas, soltou um grito:

- Calem a boca todos vocês e matem esse maldito.

O grito de ódio dela ecoou em minha mente como uma ordem suprema, no mesmo instante eu me armei como se fosse a luta da minha vida. Juan e Luan olharam um para o outro e se armaram também, e Kau veio em nossa direção. Brian não reagiu:

- O que esta acontecendo?

E eu mesmo respondi essa:

- Acabamos com meu irmão primeiro, as explicações vem depois.

E Dan com seu sorriso frio:

- Essa eu quero ver maninho.

 

No momento, eu fui o primeiro a tentar. Tentei um soco mas foi em vão. O olhar de Dan só mirava a espada, que estava atrás de Brian, no chão. Mesmo assim ele me atingiu, derrubou os gêmeos e acertou Kau em cheio, sem dó, sem piedade. Ficou cara á cara com Brian:

- Você ainda não entendeu?

- Entendi sim! Entendi que você é só um zumbi.

- Pelo que me parece aqui, você também é.

- Estou mais vivo do que nunca Danilo.

- Isso é o que você pensa.

E Danilo botou no chão o ultimo de nós que faltava. Brian não aguentaria um soco daqueles. Dan andou calmamente até a espada e a tomou em suas mãos novamente:

- Que fique claro que a minha força não é mais a de um humano normal como vocês, o único que tinha chances aqui era o tal Roger. E ele já era.

Ele tinha razão, o único com forças o suficiente ali para impedi-lo seria Roger, e eu ainda não tive um minuto para refletir sobre a falta que ele faria, além da falta que já esta fazendo na luta. Foi então que tive uma idéia, eu queria ser ferido pela espada, assim eu teria forças o suficiente para enfrentar Dan de igual para igual. Fui para perto de Dan e o provoquei:

- Me mate agora se você é capaz então, seu desgraçado.

Ele levantou a espada, e quando desceu ela com toda a força, eu coloquei o braço na frente e dei um largo passo para trás, mas ele parou o golpe exatamente com espada por um triz de me acertar:

- Esta achando que vai ganhar forças se for ferido com a espada certo? Deixa eu te explicar, precisa de um tempinho sabe? Então, ou você me mata agora, ou já era maninho.

Miserável, era mais inteligente do que eu esperava. Recuei rapidamente antes que ele me acertasse de verdade, e já não sabia mais o que fazer.

 

Os rostos ao redor começaram a mudar, assim como nossa sorte. Assim que todos se levantaram e Dan não cansava de falar o quanto tinha evoluído, Brian estava praticamente conversando sozinho, resmungando. Foi quando ele mesmo se tocou da loucura que estava fazendo, e mirou bem os meus olhos:

- Seu irmão é a menor dor de cabeça agora, é o menor dos problemas.

- O que quer dizer?

- Essa espada que ele segura, é roubada, e o dono veio atrás dele.

- E de onde é o dono?

- Da Índia.

- E porque Dan iria até a Índia para roubar uma espada?

- Porque eu pedi.

- E porque faria isso?

- Te explico melhor depois meu caro Christofer. Primeiro me ouça, vou avisar os meninos para que o acertem ao mesmo tempo, e segurem seu irmão pelos braços. Enquanto isso você segura ele pelas costas e deixe o resto comigo.

Parecia a idéia mais ridícula do mundo, mas o que eu faria? era o que tínhamos. Brian foi avisar os demais, enquanto eu falava com meu irmão:

- Vocês tem um plano então?

- Na verdade eu tenho é mais raiva.

- Do que maninho?

- De como você conseguiu mudar tanto em tão pouco tempo.

- Eu lhe avisei enquanto pude. E você se esqueceu de tudo.

Aquelas palavras já não pareciam ele novamente. Parecia o Dan que encontrei dentro da igreja.

Então era isso, essa era a hora. Eu não tenho escolha. Eu juro á mim mesmo:

- Isso acaba aqui Dan.

No exato momento em que falei isso, Luan acertou um soco certeiro na costela direita de Dan, que afrouxou a mão, mas segurou a espada quase pendurando. Quando se concentrou para segurar firmemente a espada, mas eu a segurei pela lâmina, e antes que ele reagisse, Juan acertou outro soco na costela esquerda de Dan, que gritou muito alto de dor. O ódio tomou conta de mim, de uma forma como nunca antes havia acontecido. Eu só conseguia pensar em suas palavras dentro da igreja. Sem piedade. E repetia ela fortemente em minha cabeça. Sem piedade, era o que eu precisava, sem piedade de mim, de minha Mãe, sem piedade do que iriam sentir, de remorso. Dan me olhou como quem não queria reagir afinal, antes de mais nada, Brian apareceu em suas costas, Kau acertou um chute da barriga de Dan, que foi dando passos largos para trás, e caiu nos braços de Brian, que o segurou fortemente, e gritou a palavra que já estava na ponta da espada em minhas mãos.

 

SEM PIEDADE.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Episódio 20 - Bem vindo ao clube: A morte da suspeita

9 comentários

Dan estaria em desvantagem agora, se não fosse as palavras de Kaueli:

- Pense bem. Ele e Roger tiveram uma briga de igual para igual no ginásio. Eu, você e os demais, só iríamos atrapalhar.

Pensando bem, se só quando os gêmeos estavam lutando, era difícil eu achar uma brecha para poder entrar na luta também, Kau estava com a razão:

- Luan, deixa eles dois somente.

Mas foi Juan quem respondeu:

- E acha que somos malucos de entrarmos no meio desses dois monstros?

Eu também não sei se teria coragem, andei até perto dos policias que se amontoavam próximo da catedral, e uma mulher com um microfone e uma câmera na minha cara me perguntou:

- Garoto, pode por favor nos explicar o que esta acontecendo?

Assim que a mulher me perguntou isso, vi Roger saltar para cima de Dan. Seu braço esquerdo, também tomado pela mancha negra, estava completamente de fora, então era possível ver que ele também havia sido tomado por uma força acima de uma pessoa normal:

- Esse que chegou, é namorado dela. Eles dois tem uma rincha desde que meu irmão voltou e se conheceram.

- Aquele outro é seu irmão?

- Sim, Danilo é meu irmão mais velho.

- E o que aconteceu com seu irmão?

- Ele voltou da Índia e trouxe essa estranha espada, e com ela, assassinou o pai daqueles dois irmãos gêmeos.

Luan e Juan, agora mais perto de mim, me afastaram da mulher, pois eu mal conseguia andar, e estava apoiado completamente em Kau. Mas a mulher nos acompanhou e insistiu:

- O pai de vocês foi morto por aquele rapaz com aquela espada?

E Kau explicou:

- Prometemos dar todas as explicações assim que tudo for resolvido.

A verdade mesmo, era que estávamos emocionados, assim como no ginásio do Ibirapuera. Acompanhamos cada soco, cada chute e cada golpe que os dois desferiam. Era uma luta realmente linda de se acompanhar, todas as pessoas ao redor estavam eufóricas. Os policiais mesmo desencanaram completamente da situação e guardaram suas armas para poder apreciar o duelo entre os dois.

Nossa esperança, era que Dan estaria em desvantagem, pois como tinha a espada em seu poder na mão direita, suas tentativas de acertar Roger eram lentas, e como Roger era canhoto, a quando a defesa de Dan abria, Roger conseguia acertar um soco em cheio. O problema, era que Dan parecia estar em um estágio evoluído de seus, digamos, "poderes". Enquanto Roger, parecia estar mais controlado, os dois pararam um pouco, e muito ofegantes, gritavam um para o outro:

- O que te faz ficar assim Dan? Porque eu tenho a mesma cicatriz, e não a mesma força?

- A verdade, meu caro! É que você também ficaria com essa maldição completamente fora do controle em seu corpo, se ficasse mais tempo longe.

- Longe de que?

- Longe da espada.

- Como assim?

- Quando eu ganhei o meu corte, fui separado da espada. E fiquei longe dela por muito tempo. Isso fez com que essa mancha maldita tomasse conta de mim o mais rápido possível. E é por isso que eu fui atrás dela, só percebi isso depois que deixei ela na minha casa e me afastei mais uma vez dela. Mas já era tarde demais.

- Estou condenado então?

- Não foi o que eu lhe disse quando te dei a cicatriz de presente?

- Eu ainda não perdi o controle.

- Mas já perdeu a vida.

Os dois andaram em direção um ao outro, mas quando chegaram bem perto, Roger se agachou, a espada de Dan acertou o nada, e Roger deu um soco pra cima, acertando o queixo de Dan, que deu vários passos para trás, mas como era de se esperar, não largou a espada. Roger correu em sua direção e acertou um chute em cheio em seu peito, mas Dan sequer saiu do lugar, e com o braço esquerdo, puxou a perna de Roger e o jogou para trás.

 

Depois de uma longa sequência de golpes e discussões, os dois estavam exaustos. Foi quando Kau gritou:

- Roger, não desiste!

Roger levou apenas um segundo para se distrair, e quando retornou seu foco para Dan, o mesmo já estava em suas costas:

- É seu fim, seu lixo.

Dan envolveu o pescoço de Roger, e colocou a espada em suas costas, e ironicamente olhou  para Kau:

- Vai pagar caro por ter me deixado.

E tudo ficou claro, desde que meu irmão terminou esse namoro com Kau, ele nunca mais foi o mesmo, seria isso então que o deixará tão transtornado? O pavor tomou conta de todos os rostos presentes, os policiais voltaram á sacar as armas e o silêncio tomou conta de tudo, e Kau insistiu:

- Não faz isso Danilo, pelo amor de Deus.

- Porque não pensou nisso antes de fazer o que fez?

- E o que queria que eu tivesse feito?

Kau já não estava mais falando, ela já chorava aos berros, e Dan friamente lhe respondia:

- Queria ao menos que reconhecesse que eu fui pra ti o que jamais conseguiria ser pra ninguém.

- Isso não é o fim do mundo Dan.

- Pode não ser o fim do seu mundo, mas foi o fim do meu.

- Você pode me perder para sempre.

- Eu não tenho mais nada para perder.

Essas foram as ultimas palavras que Roger ouviu na vida.

As lágrimas tomaram conta de todo o meu rosto, e sem pensar duas vezes, eu corri em direção de Dan, os irmãos logo começaram á chorar e correram. Os policiais sequer saíram do lugar, o povo aglomerado levava as mãos á testa, e a mulher da TV conseguiu o que queria.

Kau ajoelhada á frente dos dois, e por mais que eu corresse, eu sabia que não tinha mais nada há se fazer, se encerrava ali, uma amizade que apesar do pouco tempo, foi o suficiente para perceber que Rogério era uma grande pessoa. O cara que sem me conhecer, foi lá me pegar pelo braço para me levantar em meio ao show, o cara que foi em todos rolês que combinamos de ir. Nunca dispensou ajuda e ainda tomou pra si, todas as nossas dores e nossos problemas, principalmente os da Kaueli. Apesar do visual sujo e da cara de quem parecia não estar ai pras muitas coisas, o filme que passou na minha cabeça naquele segundo foi muito legal. O que eu consegui perceber, é que em pouco tempo, um ser humano, um raro ser humano eu diria, conseguiu cativar á todos nós com muita simplicidade e fidelidade. E melhor, colocou sua vida em risco não só por nós, mas pela emoção de enfrentar um ex-namorado enfurecido, um irmão fora de controle e um amigo desconhecido. Minhas lágrimas talvez teriam sido úteis, se fossem demasiadamente fortes para esconder a cena que eu estava vendo, pois a espada atravessou friamente as costas de Roger, até sair exatamente do meio de seu peito, completamente ensanguentado e com os olhos arregalados, sua cabeça tombou ligeiramente para trás, e ele se ajoelhou lentamente aos pés de Dan. Chegou ao fim, a história de alguém que sequer tivemos a oportunidade de conhecer com detalhes, alguém que poderia ter sido alguém que muitos que passam por nossas vidas não foram, acabava ali naquele instante, a vida e as memórias de Roger, o namorado novo da Kau.

 

 

Meu desespero foi tão grande, mas tão grande, que quando cheguei perto de Dan, não soube nem o que fazer, tentei acertar-lo com um soco, mas ele calmamente ergueu o braço esquerdo, e me jogou á metros de distância, mas como os gêmeos estavam logo atrás, não deu tempo dele voltar do golpe que me deu, e o resultado, foram dois socos de Luan e Juan, ao mesmo tempo, mas o desgraçado mesmo assim, largou a espada e acertou os dois, um com cada braço, e também voaram longe. O corpo de Roger então caiu por completo ao chão, e Dan colocou o pé em sua cabeça, e retirou a espada. Todos choravam demais, eu mesmo mal conseguia enxergar ou entender a cena exatamente, mas estava por vir, o que Dan não estava esperando.

Kau estava tão tomada pelo ódio, que a joelhada que ela deu no estômago de Dan, fez com que ele levasse a mão para amenizar a dor, e aos berros disse:

- Vadia.

A raiva de Kau agora poderia ser facilmente comparada a força de Dan, que tentou reagir, mas em vão, Kau era muito mais rápida, tão mais rápida, que até Dan fazer o movimento de erguer a espada, Kau já teria acertado uns 5 ou mais socos nele, e quando ele desceu a espada com toda a sua força, todas as pessoas gritaram de espanto, mas Kau já estava uns 2 passos para trás.

Foi então, que o impossível aconteceu, e eu nem me refiro ao incrível impulso que Kau tomou, e desferiu um soco capaz de arremessar Dan nas escadarias da catedral, e então, o desgraçado finalmente largou a espada. Me refiro que, após todos comemorarem a vitória como em um filme, antes da hora é claro, ainda tinha uma questão, quem daria o golpe final? Eu mataria meu próprio irmão? Kau vingaria a morte de seu namorado? Ou os gêmeos dariam o troco pela morte de seu pai? O impossível mesmo, era entender o rumo que a história acabará de tomar, pois logo após a queda de Dan, e os gritos do povo, um senhor, de terno e gravata e com longos cabelos grisalhos até o ombro, pegou a espada e olhou exatamente na direção dos irmãos:

- Isso tem que acabar aqui.

E as lágrimas deram lugar ao espanto, pois ninguém mais conseguia mexer um músculo sequer, porque naquele exato momento, Brian Cargnielli estava segurando a espada e falando com a gente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Capitulo 19 - Bem vindo ao clube: Toda a ajuda possível.

6 comentários

O AllStar branco, imundo, afundou meu peito contra o chão, meu rosto ficou de lado, de forma que só conseguia ver a escadaria da catedral, pois meu rosto estava virado pro chão.

- E se eu lhe partir em dois irmão?

- Terá de me enfrentar duas vezes então.

- Você esta andando demais com os irmãos gêmeos hein? Esta até com o mesmo senso de humor dos dois.

- Assim como você não é a pessoa que voltou, eu não sou o garoto que ficou.

- Você é o que agora?

- Se eu fosse você, me preocuparia com o que você vai ser.

- É uma ameaça?

- Não! É um juramento.

- Quais são os seus planos?

- Colocar você em uma cadeia.

- Acha mesmo que iriam me segurar em uma cadeia? Christofer, não seja inocente. Agora, ou você me mata, ou você morre.

Obviamente aquela foi a frase mais sinistra que eu já teria ouvido na vida. Imagine você se pegar, imaginando dando um tiro em seu irmão? Ou até mesmo empurrando seu irmão de um penhasco? Aquele sangue, saindo do ombro de Dan, era o meu sangue. Ali, era uma mistura do meu pai e de minha mãe. O resultado de uma longa história, o resultado de um amor, o resultado de duas pessoas que fizeram de tudo para ficarem juntas. O que meu pai diria se visse essa cena? E pior, o que minha mãe esta pensando, porque ela com certeza esta vendo essa cena e não pode fazer absolutamente nada.

Eu coloquei as duas mãos no chão, e pressionei o chão para me levantar. Estranhamente, Dan tirou o pé das minhas costas, e recuou:

- Levanta.

A hora era agora, os policiais não podiam atirar, se tentassem segurar ele, morreriam todos em frente as câmeras, e sangue seria derramado em rede nacional. Eu recuperei o fôlego, olhei para o céu por alguns instantes, coloquei o pé direito para trás, fechei bem os punhos e corri na direção de Dan. Na minha cabeça, eu tentava manter a calma, ele mesmo me ensinou, que a chave de saber o que esta fazendo, é manter a calma. Então corri rapidamente, e quando cheguei bem perto, Dan ergueu a espada acima da cabeça, então eu parei e recuei rapidamente. Dan não esperava por isso, então desceu a espada com toda a força, mas não permitiu que ela tocasse o chão, então voltei a pegar impulso e pulei com os dois pés no peito de Danilo, que cambaleou, deu vários e vários passos para trás. Desgraçado! Não caiu e não largou a espada. E ainda sorriu para mim, como quem achava graça da minha tentativa.

O policial gritou para mim:

- Vamos tirar todos os curiosos da área para tentarmos impedi-lo.

Eu queria explicar pra ele que o que eu queria mesmo, era cair na porrada com esse cretino até acabar com ele. Mas eu fiquei olhando pra cara do policial, e fechei a cara para pensar em alguma coisa para falar, quando me dei conta, levei um soco tão forte, que me esqueci até de quem eu era por alguns instantes. Mas não me dei por vencido, dei vários passos para trás e e desci a cabeça, á tempo de ver Dan correndo em minha direção. Outro soco estava prestes á acertar meu peito, cruzei os braços e acabou acertando meu braço. Quando abri os braços, ele estava recuando o punho dele, e como estava segurando a espada com a outra mão, e não daria tempo de levantá-la o seu tórax ficou todo aberto,  a deixa perfeita. Concentrei toda a minha força naquele soco, e atingi meu objetivo. Dan chegou á perder o fôlego quando caiu no chão, mas o desgraçado não largava a espada.

Comecei a andar na direção dele, e olhei para o policial:

- Deixe que eu mesmo acabo com ele, e não terá nenhuma violência explícita nos jornais de amanhã.

Mas na minha cabeça, eu achava mesmo é que talvez eu não vencesse meu irmão. Achava que o final de tudo, seria mesmo aquela espada entrando na minha cabeça. Foi então que eu me dei conta de estava esquecendo algo:

 

- Chegamos.

Luan e Juan estavam ao meu lado agora:

- Onde estavam?

- Esses policiais malucos devem achar que somos algum tipo de nerds jogadores de RPG, não é possível.

- Porque?

- Não nos deixam fazer nada. Mal conseguimos passar a barreira pra chegarmos até aqui. Mas enfim, parece que seu irmão agora é super vilão mesmo hein?

- Um soco dele é quase um atropelamento cara.

- Eai Danilo, sentiu saudades?

Meu irmão parece não estar gostando muito da situação agora:

- Chegou a cavalaria?

Juan resolveu falar também:

- Pois é cara, quem sabe não é de um coice que você precisa?

- Ao menos as piadas sem graça de vocês não mudaram.

- Ao contrário de você né cara. Quem é você agora?

- Porque insistem nessa história de que mudei tanto? Olhem pelo lado positivo, estou mais forte, mais ágil e...

- E mais burro.

- Quero ver dizer isso depois de levar um soco na cara.

- Não sabia que gente morta era capaz de socar.

Dan foi ficando aparentemente nervoso:

- Espero que tenham treinado alguma coisa para baterem de frente comigo.

Luan tomou a frente:

- Seu irmão não tem tanta noção de arte marcial alguma e esta te dando trabalho Danilo. Acorda pra vida, você é um zumbi agora.

- Vou fazer vocês engolirem cada palavra.

- E nós vamos fazer você pagar ao que fez com nosso pai.

- Ainda estão nessa também?

- Você é a única pessoa na face da terra capaz de fazer aquilo Dan.

- Eu tenho a leve impressão, de que vocês vão se surpreender mais com a verdade do que possam imaginar.

- A verdade é que você é um assassino.

- A verdade é que, daqui á pouco, eu serei mesmo.

O sangue parece ter subido aos olhos de Juan, que sempre foi o mais descontrolado mesmo, correu na direção de Danilo, e Luan seguiu. Então não tive escolhe, não ficaria parado.

Em vão, Dan botou os três ao chão com apenas um golpe. Os policiais em volta olhavam perplexos, ninguém jamais conseguiria acreditar no que estavam vendo, mas eu e os gêmeos estávamos mais "conformados", por assim dizer. Dan tentou acertar Juan ainda no chão, mas Juan levantou a tempo, segurou o chute com os dois braços, mas Dan insistiu e deu vários chutes seguidos, mas Luan acertou fortemente suas costas. Dan parou, se virou, e socou o ar, pois Luan já havia dado um passo enorme para trás. O medo era eminente nos rostos dos gêmeos, mas a raiva deles era grande demais para dar espaço pra qualquer outro sentimento. Eu fiquei observando por alguns segundos, não dava para atacar os 3 ao mesmo tempo, e eles pareciam estar indo bem, conseguiram botar Dan no chão, mas o desgraçado não soltava a espada de forma alguma. Essa altura do campeonato, a multidão gritava enlouquecida, á cada golpe que os dois irmãos acertava em Dan. E as câmeras de TV estavam ligadas o tempo todo, filmando cada golpe. Imaginei que todas as pessoas em casa estavam torcendo por nós três agora. Os policiais desencanaram totalmente de tentarem reagir, a situação era nossa e uma emoção incontrolável foi tomando conta de mim. Luan agarrou o braço direito de Dan, o braço que segurava a espada. Juan tentou á todo custo tirar a espada da mão dele, mas levou vários socos nas costas com a mão esquerda. Então corri, e segurei o braço esquerdo de Dan, era a deixa perfeita para Juan tirar a espada de sua mão. Mas a força de Dan era muito maior que a de nós 3 reunidos, sem contar toda bagagem de experiência que ele tinha nas costas com lutas. Ele conseguiu, mais uma vez, o inexplicável. Me puxou com o braço esquerdo, até eu encostar em Luan, acertou uma cabeçada em Luan, enfiou o pé no meu peito, e me jogou para trás. Juan se assustou com tamanha força, e começou a andar para trás, Dan então tomou uma atitude estranha, virou a espada, com a lâmina para sua direção, e fez um gesto de como fosse entregar a espada para Juan:

- É a espada que você quer? Toma, é sua.

Juan estava tão espantado, que segurou o cabo da espada, ele o que ele mais queria, poder pegar a espada, e entender porque ele tinha em sua casa, um cabo exatamente igual.

Quando Juan segurou a espada, ainda dando passos para trás, Dan foi andando juntamente com ele, mas ele abaixou a espada, e Dan não perdoou, um chute certeiro em seu peito, tão forte, que Juan largou a espada novamente e praticamente "voou" para trás:

- Achou mesmo que ia lhe dar a espada?

Seguiu-se uma risada.

Aqueles policiais jamais conseguiriam nos ajudar, eu também já estava perdendo as esperanças, Luan e Juan chegaram cheios de confiança, mas parece quer perceberam que seria muito mais difícil do que imaginávamos. O que seria então? Eu não podia imaginar, meu corpo estava doendo demais, mas ainda dava para mais uma reação. Me levantei, coloquei a perna para trás, e preparei todo o meu ódio, mas antes mesmo que eu pudesse reagir, a cena mudava novamente, Dan se virou e falou alto:

- Olha só quem apareceu, alguém capaz de me proporcionar uma luta interessante.

- Que eu me lembre, acabei com você da ultima vez.

- Aquele não era eu.

- E esse que você é agora, em minutos deixara de ser também.

Kau me abraço:

- Esta bem Chris?

- Sim! Com dores fortes, mas estou.

 - Agora é entre Dan e Roger.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Capitulo 18 - Bem vindo clube: O novo Dan

2 comentários

Era somente uma sequência estranha de números em minha cabeça, em um papel amassado, com esse símbolo estranho. Eu vou lembrar de tudo com detalhes, assim que o medo passar. Assim que eu sair daqui, se eu sair daqui.

Abri lentamente a gigantesca porta da catedral, e olhei para o interior, mas sem colocar o corpo para o lado de dentro por completo. Vi algumas cabeças sentadas naqueles bancos cumpridos enormes de madeira, mas estavam de costas para mim. Eu não vi Dan, então, sem pensar em olhar pros lados, dei uns passos mais largos, e passei da divisa da igreja com a porta, e comecei á engasgar com meu próprio ar, sufocado, eu senti o braço cercando meu pescoço, o reflexo da espada diante de meus olhos, e aquela voz cansada, porém, alta e raivosa:

- O que você esta fazendo aqui?

Me soltou,me empurrou, e retruquei:

- Vim te tirar daqui. O que pensa que esta fazendo?

Ele ia começar a dizer algo, mas colocou a espada no chão e se apoiou com o braço esquerdo, levantou o direito até os olhos, parecia sentir uma forte dor de cabeça. Só então eu pude ver, como a mancha negra havia se espalhado, já tomava parte de seu ombro e subia pelo seu pescoço. E então, Dan ficou mais descontrolado e começou a gritar:

- Você vai dar meia volta, e sair pela porta por onde entrou e ...

- Cala a boca Danilo! Você não é mais o meu irmão mais velho. Eu não te obedeço mais, olha pra você, cara. Nossa Mãe esta nesse exato momento em casa chorando por sua causa, já parou para pensa por um minuto no que você esta fazendo?

Seguiu um silêncio, e como todo ser humano, quando percebi que ele abaixou a cabeça, senti o poder da situação completamente em minhas mãos, estaria tudo resolvido então:

- Não cansou de ser egoísta? O que estava fazendo na Índia? O que aconteceu com Brian? De onde saiu essa mancha e essa espada? Cara! Você era meu herói e agora esta agindo feito um completo babaca, fazendo pessoas de refém em uma igreja? O que esta passando pela sua cabeça agora? Me diz?

E seguiu o silêncio, então uma voz veio por de trás de mim:

- Podemos sair?

Me virei e me deparei com um grupo de sete pessoas, dentre elas, um senhor de idade, tinha uma longa barba toda grisalha, era ele quem estava falando, mas eu estava aproveitando o meu momento heróico:

- Espere só um instante todos vocês, ele não é quem parece ser, sentem, e vai ficar tudo bem.

Dan começou á ficar completamente perturbado, levou as mãos aos olhos, deixando cair a espada, e começou a chorar, aos soluços me disse:

- É a sua ultima chance de falar comigo baixinho.

- Como assim?

- Não da tempo para explicar, essa pessoa que você esta vendo, que diz que não sou eu, cometeu um grande erro. Não devo ser perdoado, não tenha remorso, não tenha culpa, não tenha dó.

- Do que esta falando?

- Prometa pra mim Chris, que não vai ter dó.

- Dó de que?

De repente, Dan soltou um grito que ecoou por toda a catedral:

- Prometa que não vai ter dó desgraçado.

Tentou me dar um soco, mas foi tão lento, que eu pude me esquivar, então ele caiu no chão, de peito, aos prantos, então encerrei minha cena com chave de ouro:

- Você já esta morto irmão, venham.

Acenei para que as pessoas, aparentemente nervosas, que estavam olhando tudo atentamente, mas que não reagiram a toda a discussão, para que me acompanhassem até a porta. Só havia uma mulher no grupo, o resto eram todos rapazes, um deles parou para falar:

- Ele é seu irmão?

- Até agora era.

- Bem! Ele feriu alguns policiais, e arrastou os corpos para atrás dos bancos.

Apontou para o chão, e eu vi alguns rastros de sangue. Imaginei que estivessem mortos, o que me deu mais raiva de Dan, mas o rapaz concluiu:

- Seu irmão não os matou, talvez estejam desmaiados, ele só parece ter uma força descomunal.

- O que eu podia fazer, eu fiz. Daqui pra frente é com a policia.

Acompanhei todos até a  porta, quando eles saíram, uma grande festa foi feita por todos os curiosos que estavam no local. Os policiais abriram sorrisos, e quando eu sai, todos aplaudiram, e todas as câmeras de TV, que não estavam ali antes, se voltaram para mim. Eu fiz o tipo que não estava me importando muito, mas a verdade era que eu estava eufórico demais com tudo aquilo, então fiz mais pose, e acenei, dizendo que voltaria para dentro, para buscar meu irmão, e gritei para o policial que havia me permitido entrar:

- Esperem só mais um pouco, vou buscar meu irmão.

Voltei para o lado de dentro, e como o som não entrava muito, o clima era completamente outro. E meu irmão naquela cena deplorável, de joelhos, parou de chorar, mas suas lágrimas já haviam molhado uma pequena parte do chão. Peguei a espada no chão, e fiquei olhando para ele, mas eu estava com muita raiva:

- É o seu fim, irmão.

Dei as costas, e abri novamente a gigantesca porta de madeira da catedral, e levantei a espada, para que todos pudessem ver que Dan já estava desarmado, e todos gritaram com grande euforia.

- Errado. É o seu fim, irmão!

A voz estava perto demais para dar tempo de eu me virar ou tentar algo. E ao mesmo tempo em que vi todos os policiais a minha frente, sacarem suas armas e apontarem para mim, senti o chute mais forte que já levei na vida, e a dor imensa tomando conta de toda as minhas costas. Tão forte e tão rápido, que larguei a espada, para poder apoiar as duas mãos no chão, ou melhor, nas escadas da catedral. Bati a cabeça com força, mas a primeira reação que tive, foi a de olhar para trás, e vi a imagem desfocada e cambaleada de meu irmão pegando a espada no chão. Esfreguei os olhos, e quando abri, vi Dan pulando para cima de mim, coloquei a mão no rosto e fechei os olhos para me defender, e ele aos berros:

- Espero que me entenda um dia.

Ele levantou a espada, iria me partir ao meio com toda certeza, ou rachar a minha cabeça, esse era meu pensamento. Fechei bem os olhos e esperei o pior, mas ouvi um grito.

- Não atirem.

E, por sorte, digamos assim, eu ouvi um tiro.

Dan levou a mão ao ombro, onde o tiro pegou, como percebeu que não ia conseguir dar o golpe, ele resolveu dar outro chute, e me fez rolar mais degraus. Mas assim que cai, consegui me levantar, com muita dor admito, olhei tudo ao meu redor, e Dan agachado, segurando a espada com a mão direita e com a mão esquerda segurando o ombro, me olhou, parecia um demônio, e deu um grito frio:

- Todos vocês vão morrer.

Ouvi outro tiro, mas tarde demais, Dan foi muito rápido, saltou em minha direção, eu olhei para cima, mas minha vista ainda estava embaçada. Como alguém conseguiria pular tão alto? Dei um passo para trás, e Dan caiu na minha frente. Tentei reagir com um soco, mas Dan só se esquivou para o lado, segurou meu braço e trouxe meu corpo em sua direção,e eu senti todo o seu joelho entrando em meu estomago, cai e alguns policiais correram em direção de Dan, que levantou a espada e gritou:

- Agora é caso de família, senhoras e senhores.

Seguiu-se uma risada, e a espada apontada em minha direção. Os policiais recuaram, e percebi que a multidão de curiosos correram todos para o outro lado da calçada, e diminuíram um pouco, com medo dos tiros. E o meu pensamento foi igual ao do policial que gritou:

- Não atirem, tem curiosos demais, alguém pode se ferir.

Dan já estava com um tiro na ombro, e ainda agia normalmente, inexplicavelmente. Só tinha uma coisa a se fazer. Eu terei, de vencer Dan, e na porrada.