- Ele esta do meu lado, estamos de carro, ele não quis ir de ambulância.
- Mas me conta com calma, o que aconteceu?
- Meu irmão tinha uma espada escondida em casa, achei sem querer. Então achei que meu irmão pudesse ter matado o Brian, Pai dos gêmeos, e chamei eles pra dar uma olhada. Kau e Roger vieram junto. De repente meu irmão apareceu, rolou algumas discussões e Roger e Dan acabaram brigando. Meu irmão pegou a espada e tentou cortar Roger, ele foi se defender e colocou o braço na frente no susto, então Dan cortou o braço dele do cotovelo até o pulso, esta horrível.
- Meu Deus! Que terror.
- Pois é, eu te ligo depois Sil, e aviso quando sairmos do hospital.
- Vou esperar viu Chris.
- Confie em mim, beijos.
Voltei meus olhos para Roger segurando o braço, estava com uma cara de pavor. Mas todos nós sabíamos que não era por causa da dor. E todos no carro pensavam a mesma coisa, " Será que o braço dele vai ficar como o do Dan?"
E parecia que eu já tinha visto aquela cena, Roger saindo do hospital enquanto estávamos todos do lado de fora esperando em uns bancos. E uma faixa enrolada em seu braço esquerdo, e nosso medo se concretizando cada vez mais.
- E então, amor?
- Não foi nada, ninguém precisa se preocupar, é só um corte simples.
Se a intenção dele era transmitir confiança, ele conseguiu, mas se ele queria tirar a ideia de nossas cabeças, falhou miseravelmente.
E no meio do silêncio mortal dentro do carro, o próprio Roger resolveu contestar:
- E se ficar?
- Se ficar, daremos um jeito, amor.
E para quebrar o clima, Juan resolveu brincar:
- Pense pelo lado positivo, parece que o Dan ficou mais estiloso com a faixa no braço.
- Mas a mancha no pescoço não me parece muito charmosa.
- Manchas caíram de moda desde que o Tim Maia morreu, é verdade.
Todos caíram na gargalhada, a maldade nas brincadeiras deles eram sempre engraçadas. Mas nem isso tirou o olhar de medo de Roger, de ficar como Dan.
Levamos Roger e Kau até a casa de Roger, era muito longe, mas eu quis ir junto. Roger conversou comigo e pediu para deixar a moto dele na minha casa por alguns dias, quando ele tivesse condições de ir buscar, tiraria ela de lá. Mesmo eu sabendo que minha Mãe detestaria a idéia, porque ela detesta todas as idéias, eu concordei, não tinha mal nenhum nisso.
No meio do caminho de volta para minha casa, começamos a pensar sobre tudo o que estava acontecendo:
- Eu não estou conseguindo entender absolutamente nada.
Luan estava dirigindo, então palpitava pouco, Juan conversava mais comigo:
- Está se tornando um enorme quebra cabeças.
- E essa peça parece ser fundamental.
Mostrei o cabo de espada quebrada do qual eu não entendia nada, que ainda estava em meu colo:
- Acho que seu Pai e meu irmão devem ter se encontrado na Índia. E comprado elas.
- Sinto te informar, mas em lugar nenhum do mundo, alguém simplesmente venderia um artefato como esse.
- O que acha que pode ter acontecido?
- São peças muito idênticas, o que pode ter acontecido eu não sei, mas parece que meu Pai queria nos dizer alguma coisa, e manter essa espada longe do Dan.
- Como assim dizer alguma coisa?
- É mais complicado do que parece Chris.
Tentei pensar comigo o que seria mais complicado do que uma espada quebrada e inteira ao mesmo tempo, ou duas espadas iguais separadas, uma com cada um.
- Essa parte redonda da espada, estava embrulhada em um papel se lembra?
- Sim.
Então Juan tirou a carteira do bolso, e me mostrou o papel. Quando peguei o papel na mão, vi umas anotações, e não entendi completamente nada, era uma sequência estranha de números.
3725818J1220536L
E embaixo do papel todo amassado, um símbolo estranho, como se fosse de alguma corporação militar ou algo do tipo.
Fato era que, se eu estava confuso antes, agora eu estava pior, muito pior:
- O que vocês acham que significa?
- Pesquisamos sobre esse símbolo na internet e as inicias escritas logo abaixo, não encontramos absolutamente nada.
- Acham que alguém pode ter tramado tudo justamente para nos confundir?
- E porque o meu Pai faria uma coisa dessas? Ele sempre foi um homem direto.
Mesmo se eu forçasse meu cérebro, eu não conseguiria pensar em nada, então resolvi parar de falar sobre.
Quando menos esperava, o carro já estava parando na frente de casa, e então vi uma vizinha minha no meu portão conversando com minha Mãe.
Descemos e os gêmeos vieram comigo, quando chegamos no portão, a mulher e a minha Mãe nos olharam com cara de assustadas e olharam para Luan e Juan:
- Olá garotos, boa noite.
- Boa noite. Respondi.
- Sei que vocês não me conhecem muito bem, mas sempre vejo vocês pelas ruas do bairro.
Juan e Luan olharam estranhamente um para o outro:
- Sim! Nos recordamos de você.
- Então, eu uso a rua de vocês pra poder chegar na minha casa, e preciso lhes contar uma coisa que eu presenciei.
Por alguns instantes, achei que seria tudo respondido, mas tudo pirou quando ela concretizou:
- Sei do caso do Dan, e sei que ele esta sendo procurado pela morte do Pai de vocês. Mas acho que não foi Dan quem o matou, pois no dia em que vocês encontraram o Pai de vocês, eu estava na rua, e vi seu Pai descendo de uma limusine e sendo escoltado por dois homens, que pareciam militares, mas os uniformes eram estranhos.
Luan, Juan e eu nos olhamos e estava instalado o incompreensível.