quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Capitulo 18 - Bem vindo clube: O novo Dan

Era somente uma sequência estranha de números em minha cabeça, em um papel amassado, com esse símbolo estranho. Eu vou lembrar de tudo com detalhes, assim que o medo passar. Assim que eu sair daqui, se eu sair daqui.

Abri lentamente a gigantesca porta da catedral, e olhei para o interior, mas sem colocar o corpo para o lado de dentro por completo. Vi algumas cabeças sentadas naqueles bancos cumpridos enormes de madeira, mas estavam de costas para mim. Eu não vi Dan, então, sem pensar em olhar pros lados, dei uns passos mais largos, e passei da divisa da igreja com a porta, e comecei á engasgar com meu próprio ar, sufocado, eu senti o braço cercando meu pescoço, o reflexo da espada diante de meus olhos, e aquela voz cansada, porém, alta e raivosa:

- O que você esta fazendo aqui?

Me soltou,me empurrou, e retruquei:

- Vim te tirar daqui. O que pensa que esta fazendo?

Ele ia começar a dizer algo, mas colocou a espada no chão e se apoiou com o braço esquerdo, levantou o direito até os olhos, parecia sentir uma forte dor de cabeça. Só então eu pude ver, como a mancha negra havia se espalhado, já tomava parte de seu ombro e subia pelo seu pescoço. E então, Dan ficou mais descontrolado e começou a gritar:

- Você vai dar meia volta, e sair pela porta por onde entrou e ...

- Cala a boca Danilo! Você não é mais o meu irmão mais velho. Eu não te obedeço mais, olha pra você, cara. Nossa Mãe esta nesse exato momento em casa chorando por sua causa, já parou para pensa por um minuto no que você esta fazendo?

Seguiu um silêncio, e como todo ser humano, quando percebi que ele abaixou a cabeça, senti o poder da situação completamente em minhas mãos, estaria tudo resolvido então:

- Não cansou de ser egoísta? O que estava fazendo na Índia? O que aconteceu com Brian? De onde saiu essa mancha e essa espada? Cara! Você era meu herói e agora esta agindo feito um completo babaca, fazendo pessoas de refém em uma igreja? O que esta passando pela sua cabeça agora? Me diz?

E seguiu o silêncio, então uma voz veio por de trás de mim:

- Podemos sair?

Me virei e me deparei com um grupo de sete pessoas, dentre elas, um senhor de idade, tinha uma longa barba toda grisalha, era ele quem estava falando, mas eu estava aproveitando o meu momento heróico:

- Espere só um instante todos vocês, ele não é quem parece ser, sentem, e vai ficar tudo bem.

Dan começou á ficar completamente perturbado, levou as mãos aos olhos, deixando cair a espada, e começou a chorar, aos soluços me disse:

- É a sua ultima chance de falar comigo baixinho.

- Como assim?

- Não da tempo para explicar, essa pessoa que você esta vendo, que diz que não sou eu, cometeu um grande erro. Não devo ser perdoado, não tenha remorso, não tenha culpa, não tenha dó.

- Do que esta falando?

- Prometa pra mim Chris, que não vai ter dó.

- Dó de que?

De repente, Dan soltou um grito que ecoou por toda a catedral:

- Prometa que não vai ter dó desgraçado.

Tentou me dar um soco, mas foi tão lento, que eu pude me esquivar, então ele caiu no chão, de peito, aos prantos, então encerrei minha cena com chave de ouro:

- Você já esta morto irmão, venham.

Acenei para que as pessoas, aparentemente nervosas, que estavam olhando tudo atentamente, mas que não reagiram a toda a discussão, para que me acompanhassem até a porta. Só havia uma mulher no grupo, o resto eram todos rapazes, um deles parou para falar:

- Ele é seu irmão?

- Até agora era.

- Bem! Ele feriu alguns policiais, e arrastou os corpos para atrás dos bancos.

Apontou para o chão, e eu vi alguns rastros de sangue. Imaginei que estivessem mortos, o que me deu mais raiva de Dan, mas o rapaz concluiu:

- Seu irmão não os matou, talvez estejam desmaiados, ele só parece ter uma força descomunal.

- O que eu podia fazer, eu fiz. Daqui pra frente é com a policia.

Acompanhei todos até a  porta, quando eles saíram, uma grande festa foi feita por todos os curiosos que estavam no local. Os policiais abriram sorrisos, e quando eu sai, todos aplaudiram, e todas as câmeras de TV, que não estavam ali antes, se voltaram para mim. Eu fiz o tipo que não estava me importando muito, mas a verdade era que eu estava eufórico demais com tudo aquilo, então fiz mais pose, e acenei, dizendo que voltaria para dentro, para buscar meu irmão, e gritei para o policial que havia me permitido entrar:

- Esperem só mais um pouco, vou buscar meu irmão.

Voltei para o lado de dentro, e como o som não entrava muito, o clima era completamente outro. E meu irmão naquela cena deplorável, de joelhos, parou de chorar, mas suas lágrimas já haviam molhado uma pequena parte do chão. Peguei a espada no chão, e fiquei olhando para ele, mas eu estava com muita raiva:

- É o seu fim, irmão.

Dei as costas, e abri novamente a gigantesca porta de madeira da catedral, e levantei a espada, para que todos pudessem ver que Dan já estava desarmado, e todos gritaram com grande euforia.

- Errado. É o seu fim, irmão!

A voz estava perto demais para dar tempo de eu me virar ou tentar algo. E ao mesmo tempo em que vi todos os policiais a minha frente, sacarem suas armas e apontarem para mim, senti o chute mais forte que já levei na vida, e a dor imensa tomando conta de toda as minhas costas. Tão forte e tão rápido, que larguei a espada, para poder apoiar as duas mãos no chão, ou melhor, nas escadas da catedral. Bati a cabeça com força, mas a primeira reação que tive, foi a de olhar para trás, e vi a imagem desfocada e cambaleada de meu irmão pegando a espada no chão. Esfreguei os olhos, e quando abri, vi Dan pulando para cima de mim, coloquei a mão no rosto e fechei os olhos para me defender, e ele aos berros:

- Espero que me entenda um dia.

Ele levantou a espada, iria me partir ao meio com toda certeza, ou rachar a minha cabeça, esse era meu pensamento. Fechei bem os olhos e esperei o pior, mas ouvi um grito.

- Não atirem.

E, por sorte, digamos assim, eu ouvi um tiro.

Dan levou a mão ao ombro, onde o tiro pegou, como percebeu que não ia conseguir dar o golpe, ele resolveu dar outro chute, e me fez rolar mais degraus. Mas assim que cai, consegui me levantar, com muita dor admito, olhei tudo ao meu redor, e Dan agachado, segurando a espada com a mão direita e com a mão esquerda segurando o ombro, me olhou, parecia um demônio, e deu um grito frio:

- Todos vocês vão morrer.

Ouvi outro tiro, mas tarde demais, Dan foi muito rápido, saltou em minha direção, eu olhei para cima, mas minha vista ainda estava embaçada. Como alguém conseguiria pular tão alto? Dei um passo para trás, e Dan caiu na minha frente. Tentei reagir com um soco, mas Dan só se esquivou para o lado, segurou meu braço e trouxe meu corpo em sua direção,e eu senti todo o seu joelho entrando em meu estomago, cai e alguns policiais correram em direção de Dan, que levantou a espada e gritou:

- Agora é caso de família, senhoras e senhores.

Seguiu-se uma risada, e a espada apontada em minha direção. Os policiais recuaram, e percebi que a multidão de curiosos correram todos para o outro lado da calçada, e diminuíram um pouco, com medo dos tiros. E o meu pensamento foi igual ao do policial que gritou:

- Não atirem, tem curiosos demais, alguém pode se ferir.

Dan já estava com um tiro na ombro, e ainda agia normalmente, inexplicavelmente. Só tinha uma coisa a se fazer. Eu terei, de vencer Dan, e na porrada.

2 comentários:

Asamiya Zaoldyeck disse...

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!
Que droga, já acabou. Quero mais... Ç.Ç
Esse capítulo foi de tirar o fôlego! Putz! Jurei que o Chris ia ganhar um belo de um corte daquela espada... Agora fiquei com pena dele... Vai ter que vencer o irmão na porrada. Força, Chris!!! E boa sorte, porque vai precisar.

Victor A. disse...

/\[2]
Caramba, isso só no bem-vindo ao clube? Quero ver As próximas sagas então! Muito foda, parabéns^^