quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Capitulo 7 - Bem vindo ao clube : Pam e sua descoberta

Sil desceu do carro comigo e me acompanhou até o portão da minha casa, minha Mãe estava conversando com um policial, e eu logicamente não precisei de muito tempo até perceber que o assunto era Dan.

- Ele sumiu mesmo, faz uma semana que não da noticias, não liga...

- Ele deixou algum pertence de valor ? A Senhora encontrou alguma arma ou algo do tipo ?

- Nada Senhor. Chris, você viu algo que queira dizer ?

Quando minha Mãe me perguntou isso, só parei pra pensar um pouco, mas meu irmão realmente não trouxe nada, sequer uma lembrança da Índia:

- Não ! Nada.

E os policiais começaram á se retirar.

- Peço a vocês que se descobrirem algo ou encontrarem qualquer coisa que nos leve ao acusado, por favor, entrem em contato.

Nesse instante, a palavra "acusado", feriu minha Mãe como uma bala no peito, e caiu em prantos.

- Eu não consigo pensar em um só motivo.

- O que aconteceu Mãe ?

- Seu irmão Chris. É acusado de ter matado o Pai dos seus amigos, Brian.

- Mas isso é impossível, Brian chegou ...

Foi então que me toquei, Brian foi encontrado morto no dia em que meu irmão voltou, e ambos estavam na Índia, segundo os gêmeos. Então seria verdade ?

Sil pareceu não querer participar muito, e eu não dei muita atenção a ela, estava atormentado, ela se despediu.

- Nos falamos depois Chris.

- Tudo bem, eu te ligo.

Dentro de casa, minha Mãe foi para o quarto dela, seu refúgio desde que perdeu meu Pai, e eu entrei em meu quarto, já olhando todos os cantos, quem sabe eu não acharia algo ?

Eu odeio assistir televisão aos domingos, não tem absolutamente nada. A internet então, enjoado. Sem amigos na rua. Férias de merda, não tinha como ficar pior. Ok ! Tinha. O telefone tocou, era Kau:

- Oi meu melhor amigo lindo do mundo inteiro Chris. Como está o seu domingo ensolarado ?

- Olha, eu não tenho dinheiro.

- E quem disse que eu quero dinheiro ?

- E desde quando, você me liga, e ainda mais com esse amor todo pra dar ?

- Larga de ser chato e mal-agradecido garoto, só quero te pedir um favor.

- Desde que não seja cuidar da Pam.

- Poxa Chris, ela adora você.

- Eu também adoro ela, complicado é o Tails.

- O seu quintal é enorme no fundo, deixe ele lá.

Eu pensei em não aceitar por alguns segundos, mas depois pensei bem. Os pais da Kau nunca ficam em casa, a empregada deles não trabalha aos domingos, e a Pam, irmã mais nova dela, já tinha ficado aqui em casa algumas vezes, minha Mãe adora ela, o problema é que ela não desgruda do cachorro, um Labrador que não para quieto e solta pelôs por todos os cantos. E dessa vez ela não pediu pro Dan, ela pediu pra mim, percebi a minha importância e aceitei :

- Tudo bem, manda o Roger me agradecer depois, beleza ?

- Larga de ser bobo Chris, chego ai em uma hora.

- Ok !

Assim que desliguei, já gritei pra minha Mãe :

- Mãe ! Prepare almoço dobrado, Pam e Tails estão á caminho.

- Kau pediu pra você cuidar da irmãzinha dela ?

- Sim.

- Então ta né.

Será que faz parte da vida os nossos Pais sempre duvidarem de nossas capacidades ?

Ouvi alguém chamando no portão, e quando abri a porta, Pam já estava correndo em minha direção. Admito, ela era linda, tinha o cabelo bem preto, lisinho, pele bem branquinha. Diferente da Kau que era loira, mas as duas tinham os olhos bem castanhos, e se pareciam muito.

- Oi lindinha ?

- Oi.

- Minha Mãe fez bolo de sobremesa ...

- Eba !

- Mas só vai comer se almoçar.

Foi ai que eu desfiz a expressão de alegria dela.

Roger sequer desceu da moto, nem me importei muito na verdade :

- Obrigado Chris, voltamos lá pelas 20 horas pra busca-lá.

- Não se preocupem, amarrarei ela bem forte na cadeira.

Kau me olhou com uma cara fechada.

- Brincadeirinha.

Acho que andei demais com os gêmeos, as brincadeiras saem espontaneamente.

Logo que entrou, Pam já se sentou no sofá, e minha Mãe foi falar com ela. Aproveitei o momento para levar Tails para o quintal dos fundos, tinha uma porta na cozinha que dava pra parte de trás da casa. Já tinha um pedaço de madeira, onde podíamos deixar a porta aberta e ele não ultrapassava, pois ele já tinha ficado algumas vezes lá.

Voltei para o computador e liguei o videogame do meu irmão na sala, pra Pâmela ficar entretida, afinal, eu não sabia o que fazer. E queria muito explicar a situação de ontem para Silvana. Mas explicar o que ? Nem eu tinha mais certeza de nada, e pensei o dia todo.

Pam de repente, apareceu na porta do meu quarto.

- Chris, enjoei.

- Tudo bem linda, quer fazer o que ?

- Não sei.

Pensei rapidamente e lembrei que no fundo de casa, tinha umas estantes cheias de brinquedos e coisas antigas, e o cachorro estava lá, então seria a combinação perfeita.

Fiquei na sala, e como minha Mãe estava no quarto, eu corria toda hora até cozinha, e falava com Pam pela porta. Em uma das minhas idas, resolvi dizer a ela :

- Se tiver algum brinquedo que você goste muito, pode me avisar que eu te dou ele.

Ela concordou com a cabeça, só tinha coisa velha mesmo.

E foi nesse dia, que eu descobri que minhas férias seria uma constante balança entre o tédio e o desespero, pois ouvi alguma coisa de ferro se arrastando pelo chão do quintal, e corri rapidamente para ver o que era, quando cheguei, Pam estava segurando uma enorme espada de metal, manchada de sangue, e com uma faixa enrolada até a metade :

- Chris, eu quero esse.

- Eu não sei porque, mas acho que esse daí, você não vai poder levar.

2 comentários:

Jéssica Motoko disse...

Como sempre, deixa um gostinho de 'quero mais' para a próxima sexta.
Nice =)

Se eu morrer de curosidade, terá que carregar a culpa eternamente.
=*

Asamiya Zaoldyeck disse...

Fantástico!
Adorei esse capítulo!
Como perdi a noção do tempo, acabei esquecendo de acompanhar o blog e por isso os capítulos se acumularam. Isso é tão bom! *-*
Agora vou poder ler direto!!!!!